quarta-feira, 18 de maio de 2011

Estados Unidos no século XIX

A CONQUISTA DO OESTE


Depois de vencerem a guerra pela independência contra a Inglaterra, os estadunidenses elegeram George Washington empenhou-se em apoiar a agricultura e a indústria, abaladas pelos longos anos da guerra, e incentivou também a conquista do Oeste, ou seja, a expansão territorial para além dos montes Apalaches.
A Marcha para o Oeste foi motivada pela crença no destino manifesto, pela busca de terras férteis e pelo crescimento da população norte-americana. Entre 1820 e 1930, cerca 62 milhões de europeus deixaram seu país de origem; desses, perto de 42 milhões foram para os Estados Unidos. Nativos e imigrantes iniciaram a Marcha para o Oeste ( do litoral para o interior dos Estados Unidos) em pequenos navios pelos rios Mississipi e Missouri, ou em carroças.
O grande incentivo à Marcha para o Oeste se deu com a Lei de Terras, de 1862, pela qual o governo cedia, por apenas dez dólares, um lote de terra no Oeste a quem se dispusesse a cultivá-lo; para as pessoas, em geral, essa lei significou uma verdadeira reforma agrária, pois ampliou o número de pequenos e médios proprietários fazendo aumentar a oferta de alimentos a preços baixos e incentivando, assim, o desenvolvimento do país.


ACORDOS, GUERRA E OURO


Além das terras tomadas dos índios, a expansão territorial norte-americana se fez por meio da compra de terras, de acordos diplomáticos e da guerra contra o México.
Os Estados Unidos obtiveram a Louisiana por 5 milhões de dólares, em 1803; a  Flórida, por 15 milhões de dólares, em 1819; e o Alasca, por  7,2 milhões de dólares, em 1867. Por acordo diplomático, conseguiram o Oregon, na costa do Pacífico. Usando a  guerra com arma, tomaram mais da metade do antigo território do México (1848). Os Estados Unidos ganharam, então, acesso ao Pacífico.
Por volta de 1850, descobriu-se ouro na Califórnia e teve início uma "corrida do ouro" que acelerou ainda mais a marcha para o Oeste. A corrida do ouro e as necessidades criadas pela rápida industrialização do Leste estimularam a construção de ferrovias ligando o Leste ao Oeste. Com as ferrovias, agilizou-se o transporte de matérias-primas e alimentos, como milho e trigo, e os pioneiros passaram a ir para o Oeste de trem. Lá chegando, dedicavam-se à agricultura ou iam morar nos povoados que iam surgindo.



Com a guerra, muitos escravos sulistas fugiram para o Norte, o que deu novo impulso à campanha abolicionista. Essa campanha e a necessidade de soldados para as frentes de batalha estimularam o presidente Abraham Lincoln a libertar os escravos dos estados do Sul, em 1863. Livres , milhares de afro-americanos engajaram-se no Exército do Norte para lutar na guerra. A convicção de que lutavam por uma América em meados de 1865, o Sul reconhecia oficialmente sua derrota. Profundos ressentimentos, no entanto, continuaram opondo sulistas e nortistas. Ainda em 1865, Abraham Lincoln, reeleito presidente, foi assassinado num  teatro por um sulista fanático e favorável à escravidão. Ao mesmo tempo, a discriminação contra os negros explodia com toda a força. Membros da elite do Sul, inconformados com a possibilidade de ascensão dos negros, fundaram associações racistas - como a violentíssima Ku Klux Klan, conhecida por perseguir, intimidar e assassinar negros.


PROSPERIDADE E INTERVENCIONISMO

Após a guerra civil norte-americana, o governo empenhou-se na reconstrução do país, atraindo capitais europeus, protegendo a indústria nacional e estimulando a entrada de milhões de imigrantes - o que significava mão de obra farta e barata para as fábricas. A existência de recursos naturais (como ferro, chumbo e petróleo), de terras férteis e de ferrovias transcontinentais também colaborou para que se iniciasse nos Estados Unidos um período de grande prosperidade material.

No final do século XIX, os Estados Unidos haviam se tornado uma das maiores potências industriais do mundo, com uma rica burguesia industrial e uma classe operária organizada. Sua economia caracterizava-se pela grande concentração de capital nas mãos de pequeno grupo de magnatas, donos de verdadeiros impérios econômicos. Valendo-se disso, eles impunham preços de compra e venda, controlavam a matéria-prima e o transporte e ditavam as regras de comercialização dos produtos.

O IMPERIALISMO

Enriquecidos, os Estados Unidos passaram a praticar o imperialismo na América Latina e nas Filipinas, intervindo nessas áreas a fim de  obter lucros e vantagens. O imperialismo norte-americano na América Latina baseava-se na Doutrina Monroe, cujo lema é "a América para os estadunidenses". Os governantes dos Estados Unidos viam habitantes da América Latina como povos atrasados e justificavam suas constantes intervenções na região dizendo que estavam levando a democracia e a civilização a esses povos.


TIO SAM

Em 1898, os Estados Unidos anexaram as ilhas do Havaí; em seguida, ajudaram Cuba a vencer a guerra de independência contra a Espanha, aumentando, com isso, sua influência sobre a ilha. No final desse guerra, os Estados Unidos obtiveram as Filipinas, que, assim como Cuba, pertenciam à Espanha. No governo do presidente Theodore Roosevelt (1901-1909), o imperialismo norte-americano se intensificou; Roosevelt criou uma política para a América Latina conhecida como Big Stick (porte grande). Essa política, segundo o presidente norte-americano, consistia em "conservar com os latino-americanos suavemente, mas com um porrete na mão", ou seja, usar a intimidação e a força, se necessário, para dominá-los. Entre 1890 e 1930 os marines (fuzileiros navais norte-americanos) fizeram diversas intervenções nas ilhas do Caribe (como Cuba e República Dominicana); na América Central (como Nicarágua e Panamá) e nas Filipinas.

A política do Big Stick também foi aplicada na província do Panamá, que, na época, pertencia à Colômbia. Com a ajuda norte-americana, os habitantes dessa província conseguiram sua independência e, em 1903, fundaram um novo país, a República do Panamá. Em troca da ajuda militar, os panamenhos cederam aos Estados Unidos o controle sobre a área de seu país na qual vinha sendo construído um canal que ligaria o Atlântico ao Pacífico. Em 1904, os norte-americanos assumiram a construção do canal e concluíram a gigantesca obra em apenas dez anos.



Presidente Roosevelt e o Big Stick

Paralelamente à política do Big Stick, o governo dos Estados Unidos adotou também a "diplomacia do dólar", que consistia em comprar favores dos políticos latino-americanos, a fim de obter facilidades e vantagens econômicas na América Latina.


LIVROS, SITES E FILMES

Bruit, Hector. O imperialismo SP 1994
WRIGHT, John D. História da Guerra Civil Americana SP 2008

Casa Branca. www.whitehouse.gov acesso em 5 de março 2009. O site oficial do governo dos EUA.

Dança com lobos. Direção de Kevin Costner.
A conquista do Oeste. Direção de John Ford. EUA 1962

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