quinta-feira, 19 de maio de 2011

Colonização espanhola da América

         Logo que os espanhóis chegaram à América com Colombo, em 1492, viram que os nativos da ilha Hispaniola, os aruaques, usavam enfeites de ouro. Nas viagens seguintes, então, fazendo uso de armas de fogo, obrigaram os aruaques a extrair para eles o ouro ali existente. Esgotado o ouro da ilha, os espanhóis partiram para conquista do continente.
A conquista das terras astecas   
         O oficial espanhol Hernán Cortez desembarcou nas terras onde é hoje o México com 508 soldados, além de cavalos e canhões. Por intermédio de Malinche, indígena com a qual passou a viver, Cortez ficou sabendo que vários povos da região eram inimigos mortais dos astecas. Cortez, entao, estabeleceu uma aliança com esses povos e, com a ajuda deles, chegou à capital asteca, em 1519.
        Ao que tudo indica, o imperador asteca, Montezuma, confundiu Cortez com um deus asteca e o recebeu com vários presentes. Mas Cortez e seus soldados o aprisionaram e logo começaram a tomar objetos de ouro dos astecas. Assim teve início a violência entre eles. Um dos episódios mais violentos foi o massacre, ordenado por um oficial espanhol, de astecas que dançavam e cantavam desarmados em uma grande festa. Os astecas chamaram o episódio de "Noite Triste".
Quetzalcoatl, deus asteca
 Ruínas do Templo Mayor
         Posteriormente, os astecas contra-atacaram obrigando os espanhóis a se refugiar em Tlaxcal, a cidade de seus principais aliados. Com o Tempo, porém, Cortez reorganizou suas forças e, com um exército formado de 150 mil indígenas e 900 espanhóis, bombardeou e invadiu a capital asteca. Em 1521, tinha fim o Império Asteca.
A conquista das terras incas
        A notícica de que o Eldorado era mesmo na América estimulou a cobiça de outro aventureiro espanhol, Francisco Pizarro. Acompanhado de apenas 180 homens, alguns dos quais a cavalo, Pizarro entrou nas terras incas em 1532 e logo conquistou a cidade de Cajamarca. Depois de instala-se nessa cidade, convidou o inca Atahualpa para um encontro reservado. Este aceitou o convite e rumou para o local.
         Asssim que Atahualpa chegou , Pizarro mandou prendê-lo e ordenou a seus soldados que atirassem nos incas de surpresa. Em seguida, os espanhóis partiram para a conquista de Cuzco, a mais importante cidade do Império Inca. Para isso, contaram com a ajuda do povo Wanka, inimigo ferrenho dos incas, e também com a divisão entre os próprios incas, motivada pelas disputas entre os irmãos Atahualpa e Huáscar ao trono. Depois de tomar Cuzco, Pizarro fundou a Ciudad de los Reyes, 1535, atual Lima, e fez dela a capital do domínio espanhol.
A resistência inca
          Os incas não se deram por vencidos e, liderados pelo imperador Manco Inca, abriram luta de vida ou morte contra os espanhóis, no sul do Peru. As lutas entre incas e espanhóis se prolongaram até 1572, quando estes aprisionaram e decapitaram Tupac Amaru, o último líder da resistência inca.
Como tão pouco derrotaram tantos? 
      Cortez chegouao México com 508 soldados e Pizarro entrou no Peru com 180. como tão poucos espanhóis conseguiram vencer tantos nativos? Existem várias razões para isso; vamos enumerar algumas delas.
  1. A superioridade bélica: Os espanhóis, além de espadas e armaduras, tinham armas de fogo com poder destrutivo muito superior às armas indígenas, e que impressionavam pelo barulho que faziam. Eles contavam ainda com cavalos, animais que os astecas e os incas nunca haviam visto e que, a princípio, os aterrorizaram.
  2. Doenças: As doenças trazidas pelos espanhóis, como sarampo, Varíola e gripe, mataram mais que as armas de fogo, pois os indígenas não tinham defesas contra tais doenças. O sucessor de Montezuma foi uma dessas vítimas: reinos oitenta dias e morreu de varíola.
  3. A  insatisfação dos povos dominados: Tanto os astecas como os incas tinham inimigos internos, e os espanhóis souberam tirar proveito disso, aliando-se a eles. Na conquista do México, por exemplo Cortez contou com a ajuda de cerca de 150 mil combatentes indígenas.
Colonização na América espanhola
         Durante o processo de conquista, os espanhóis iniciaram também a colonização da América, isto é, a ocupação, administração e exploração do território americano.
Administração espanhola
          Inicialmente, por meio de contratos, o governo da Espanha transferiu a particulares, homens como Cortez e Pizarro, o direito de conquistar e explorar as terras americanas. Posteriormente, a monarquia espanhola foi centralizando a administração e aumentando seu controle sobre as populações e as riquezas coloniais. Para isso, o governo da Espanha criou dois importantes órgãos:
          A Casa de Contratação, com sede em Sevilha, cidade portuária da espanha, foi criada em 1503 para controlar o comércio e a navegação entre a Espanha e suas colônias americanas. O controle era feito pelo sistema de porto único: os navios que iam para as colônias só podiam sair de Servilha. 
         Cuba, Guatemala, Venezuela e Chile, todas situadas em áreas estratégicas. Essas capitanias deviam defender as colônias de possíveis ataques de piratas, ingleses em sua maioria. Criou-se também o sistema de frotas e galeões, ou seja, os navios só podiam seguir juntos (em frotas) protegidos por navios de guerra (os galeões).
Sociedade e poder na América espanhola
      As sociedades hispano-americanas eram formadas basicamente por cinco grupos: chapetones, criollos, mestiços, indígenas e negros escravizados.
 - Chapetones: Colonos nascidos na Espanha; ocupavam os principais cargos políticos, militares e religiosos e tinham enormes privilégios.
 - Criollos: Filhos de espanhóis, mas nascidos na América. Eram ricos fazendeiros, donos de minas e grandes comerciantes. Eram impedidos de ocupar altos cargos, exceto o de vereador nas câmaras municipais (cabildos).
 A economia colonial
          Nos primeiros 250 anos da colonização, a principal atividade econômica na América espanhola foi a mineração.
Retrato de Indigenas trabalhando no palacio de Cortez
A mineração
          Foi com a descoberta das ricas minas de prata de Potosi (atual Bolívia), em 1545, e Zacatecas (atual México), no ano seguinte, que a mineração se transformou na atividade mais importante da América espanhola. Considerando as minas propriedade sua, o rei da Espanha mandou distribuir lotes auríferos àqueles  que tivessem dinheiro para iniciar sua exploração. Já o penoso trabalho de arrancar metais preciosos do fundo das minas seria feito pelos indígenas.
Agropecuária
       Na América espanhola se praticatam também a agricultura, a pecuária e a fabricação de panos grosseiros (tecelagem). Entre as plantas mais cultivadas estavam cacau, batata, milho e tabaco (nativas da América) e cana-de-açúcar (introduzida na América pelos europeus); além disso, criava-se gado de corte e de transporte (como mulas e cavalos). Prata, ouro, açúcar, tabaco, charque (carne salgada), couro e sebo eram exportados para a Europa e também abasteciam as cidades.
       Com o declínio da mineração, no século XVIII, a agricultura e a pecuária se desenvolveram ainda mais; aumentou o número de fazendas que produziam gêneros como cacau ( Venezuela), açúcar e tabaco (Santo Domingo e Cuba). Os trabalhadores dessas fazendas eram, geralmentes, africanos escravizados, trazidos para a América em grande número a partir da segunda metade do século XVII. a grande fazenda escravista produtora de um gênero tropical (açúcar, cacau, anil etc.) destinada  ao mercado externo é chamada de plantation.
A imagem ao lado é de uma plantation (fazenda produtora de açúcar nas Antilhas, século XVII)







    Livro, Site, Filme
    • FERREIRA, Jorge Luiz. Conquistou e colonização da América Espanhola. São Paulo: África, 1999.
    • Pucllana. Disponível em: <www.pucllana.perucultural.org.pe>
    • Aguirre, a cólera dos deuses. Direção de Werner Herzog. Alemanha: New Line, 1972. (110 mim).

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