domingo, 22 de maio de 2011

O processo de Independência dos Estados Unidos

Liberdade para todos?


" A independência dos Estados Unidos traz à tona o tema da liberdade diante de uma metrópole que intenta submeter colonos aos seus ditames políticos e econômicos.
Os colonos valeram-se de ideias construídas durante as lutas populares contra a dominação aristocrática na Inglaterra no século XVII - com a de "inglês nascido livre" e do direito inalienável dos povos de se rebelarem contra a tirania - para conquistar a independência norte-americana. Porém, na montagem do novo país, os diversos povos indígenas nativos e os africanos escravizados não foram incorporados, e sim mantidos à margem da direção do novo Estado, sem direitos e, como no caso dos escravos de origem africana, subjugados.
Que liberdade é essa que servia apenas a alguns? Será que todo projeto político-social baseia-se em propostas que só satisfazem uma parcela da sociedade? "


A QUEDA DO ANTIGO REGIME E A ERA DAS REVOLUÇÕES


Ao final do século XVIII, foi desencadeado, na Europa, o processo da queda do Antigo Regime. Tal processo pode ser caracterizado pelo colapso do Estado moderno absolutista e sua substituição por um novo  tipo de Estado, plenamente controlado pela burguesia, o chamado Estado liberal.
A independência dos Estados Unidos, marco do início da derrocada do Antigo Regime, foi influência pela difusão das ideias iluministas. Ao pregarem o direito à liberdade e de resistência a um governo autoritário, essas ideias forneceram a base teórica não só para a independência, mas também para a edificação do novo Estado.


A LUTA PELA INDEPENDÊNCIA

GUERRA DOS SETE ANOS


Aos poucos, o Parlamento inglês foi lançado as bases de uma política fiscal, ou seja, de uma legislação voltada para a cobrança de impostos sobre os colonos da América. A guerra dos Sete Anos (1756-1763) contra a França acelerou o processo, ao desequilibrar as finanças do Estado inglês. Essa guerra também serviu de justificativa para a metrópole inglesa taxar os colonos, na medida em que o conflito se desenrolou parcialmente em território norte-americano: a Inglaterra pode argumentar ter sido uma guerra em defesa da América inglesa contra as agressões francesas; por isso, os colonos deveriam ajudar a cobrir seus gastos.
No ano seguinte, o governo inglês, visando ampliar a arrecadação, determinou o Stamp Act (lei do selo), segundo o qual todo material impresso publicado nas colônias deveria receber um selo vendido pela metrópole, cujo valor acabaria incorporado ao preço. Inconformados, os colonos reuniram-se em Nova York, no Congresso da Lei do Selo, rejeitando o novo imposto e repudiando qualquer relação, inclusive comercial, com a metrópole, pelo menos enquanto os habitantes das 13 colônias não tivessem uma representação no Parlamento inglês.
Em 1773, foi elaborado o Tea Act (Lei do Chá), por meio do qual o produto passou a ser monopolizado pela Companhia das Índias Orientais, sediada em Londres. A medida, criada pelo ministro Charles Townshend, intensificava a tributação colonial e ampliava o controle da venda do produto, combatendo o contrabando do chá holandês e excluindo os norte-americanos do comércio do chá britânico.



 Charles Townshend


A reação inglesa não tardou. Impostas logo a seguir, as Leis Intoleráveis determinavam o fechamento do importante porto de Boston (o mais movimentado das 13 colônias), o pagamento de pesada indenização, a ocupação militar da colônia de Massachussets (onde se localiza Boston) e o julgamento de funcionários ingleses somente por tribunais de outra colônia ou na Inglaterra.
Indignadas, as lideranças dos colonos reuniram-se no primeiro congresso continental da Filadélfia, em 1774,  decidindo-se pelo boicote aos produtos metropolitanos. No ano seguinte, no segundo congresso, determinaram a separação em relação à Inglaterra.
Em 4 de julho de 1776, foi publicada a declaração de independência dos Estados Unidos da América. Redigida por Thomas Jefferson, com a colaboração de Benjamin Franklin e John Adams, entro outros,  inspirava-se fortemente nas ideias iluministas de John Locke. Após a proclamação da autonomia, Franklin foi enviado à França para obter apoio ao novo país, enquanto George Washington foi encarregado de preparar um exército para garantir a independência diante da reação metropolitana. Após a vitória na batalha de Saratoga, em 1777, sob a liderança de Washington, os norte-americanos obtiveram o apoio decisivo da Espanha e da França, que estava interessada em debilitar a Inglaterra e recuperar as perdas sofridas na Guerra dos Sete Anos.



Thomas Jefferson



Em 1781, o general inglês Cornwallis rendeu-se em Yorktown, dando início às negociações que culminaram com o tratado de Paris de 1783, por meio do qual a Inglaterra reconhecia a independência de suas 13 colônias.










       INDEPENDÊNCIA DAS 13 COLÔNIAS NA AMÉRICA DO NORTE



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