segunda-feira, 23 de maio de 2011

A América Colonial Inglesa



" A questão dos refugiados"
"As 13 colonias inglesas na América do Norte foram colonizadas inicialmente, em grande parte, por refugiados políticos e religiosos. A perseguição a opositores de regimes políticos tem sido a marca de várias sociedades ao longo da história.
Atualmente, guerras, conflitos, intolerância e, acima de tudo, o abismo econômico separando paises ricos e pobres acabam forçando grandes contingentes da população a mudarem de pais e de vida. Mas será que, no início do século XXI, ainda é possível fundarem-se países constituídos por um população de refugiados, como ocorreu com a América colonial Inglesa? Se não, qual o destino desses indivíduos?"


As colonias inglesas na América do Norte apresentam certas peculariedades se comparadas com as demais ibero-americanas. Tais diferenças foram provocadas, entre outros motivos, pelo início tardio do processo de colonização (a partir, principalmente, do fim do século XVI) , seu caráter em grande parte espontâneo e as próprias características físicas do litoral da América do Norte (região não tropical, carente de metais preciosos).
A rainha inglesa Elizabeth I (1558-1603) estimulou a construção naval e o comércio marítimo, dando vazão à política mercantilista. Por essa época, desencadearam-se operações corsárias no litoral do Caribe, que saqueavam os galeões espanhóis repletos de metais preciosos a caminho da Europa. As crescentes tensões entre Inglaterra e Espanha resultaram em confronto armado e, em 1588, a chamada Invencível Armada dos   espanhóis foi destruída pela marinha inglesa no mar do Norte.
Um dos estímulos ao fluxo populacional da Inglaterra para a América do Norte, colaborando para seu povoamento, foi o processo de cercamentos das propriedades agrícolas em solo inglês, o que gerou grande excedente demográfico. Expulsos do campo e não encontrando espaço na economia urbana, as vítimas dos cercamentos acabaram formando grande contingente populacional e rumaram para a América. Ao mesmo tempo, os crescentes conflitos políticos e religiosos dentro do Estado Inglês estimularam a emigração de vários grupos protestantes, como os puritanos e os quakers, grupo dissidente dos calvinistas ingleses, fundado no século XVII.


AS TREZE COLÔNIAS INGLESAS


Na região da Virgínia, os primeiros núcleos de produção inicialmente dedicaram-se à obtenção do tabaco, produto largamente consumido na Europa. Mais tarde, também se produziu o corante índigo (anil), arroz e algodão. Além da Virgínia, outras colônias se transformaram em grandes centros de produção agrícola, como Geórgia, Carolina do Norte e do Sul. Maryland e Delaware.




Essas colônias, situadas ao sul do território inglês da América do Norte, podem ser consideradas colônias de exploração, semelhantes ao estilo predominante nas colônias portuguesas e espanholas, no sentido de terem se fundado economicamente no regime de plantation (latifúndio monocultor, baseado em trabalho escravo e cuja produção estava voltada para o mercado externo).
Mantendo poucos laços políticos e econômicos com a Inglaterra, as colônias do Norte passaram a desenvolver uma produção manufatureira e um comércio cada vez mais intenso e diversificado. Logo, a construção naval progrediu, tornando possível maior articulação entre as colônias e a obtenção de itens  externos, e até o comércio de longa distância, que atingia as colônias inglesas do Caribe, a África e a Europa.
As restrições e o controle intensivo sobre a colônia, tão característicos do mercantilismo ibérico, não se apresentaram na colonização inglesa da América do Norte. De fato, desde sua fundação. jamais houve um projeto normativo inglês de colonização.
Ao mesmo tempo, os intensos conflitos políticos internos na Inglaterra do século XVII, como a Revolução Puritana de 1641, a posterior Guerra Civil e a Revolução Gloriosa de 1688, contribuíram para afrouxar laços de dominação, o que afetou inclusive as colônias do Sul, mais vinculadas à metrópole. Pode-se inclusive falar de um relativo desinteresse inglês em relação às suas colônias.
Na verdade, já existia uma certa autonomia econômica e política, pelo menos entre as colônias da Nova Inglaterra. Mais tarde, no século XVIII, a Inglaterra emergiu como potência mundial, e a monarquia liberal inglesa trouxe a estabilidade política ao país. Nesse momento, buscou-se uma redefinição do papel das colônias, sujeitando-as a uma política fiscal inglesa e impondo o fim de suas liberdades comerciais e políticas. Os conflitos daí gerados acabariam por culminar no processo de independência das 13 colônias inglesas na América do Norte.

     A COLONIZAÇÃO INGLESA NA AMÉRICA DO NORTE




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