sexta-feira, 20 de maio de 2011

Astecas, maias e incas

Principais fontes para o estudo dos povos americanos
        Usamos deversas fontes para o conhecimento da Historia dos povos da América antes da chegada dos europeus, entre as quais cabe citar:
      1° Fontes da cultura material (restos de túmulos, templos, objetos de cerâmica, esculturas, pinturas rupestres etc.). Como a maioria dos povos da América não possuía escrita, os materiais pesquisados pelos arqueólogos tornam-se as principais fontes para o estudo desses povos;
      2° Fontes escritas 
      a) Códices: escritos e desenhos deixados por alguns povos americanos, como os astecas e os maias;
      b) Textos escritos deixados por europeus que viveram à América, como o trecho a seguir, extraìdo de uma carta de Cristóvão Colombo:
       "Não encontrei os monstros humanos que muitas pessoas esperavam que eu encontrasse. Pelo contrário, toda a população é muito benfeita de corpo. Não são negros como na Guiné, e seu cabelo é liso".
        3° Fontes orais: entrevistas e testemunho de pessoas que descendem de povos que aqui viviam antes da chegada dos europeus.
Espaço e diversidade cultural
       Estima-se que por ocasiãos da chegada de Colombo, em 1492, viviam na América cerca de 54 milhões de pessoas. Essa pessoa pertenciam a povos bem diferentes entre si, não só na aparência ou no nome, mas também no modo de viver e de pensar.
         Neste capitulo, vamos estudar os povos americanos antes do contato com os europeus, e daremos especial atenção aos astecas, maias e incas.
Os astecas
             Os astecas ou mexicas, nome que eles davam a si próprios, contam o seguinte mito sobre seus primeiros tempos de vida.
       Eles viviam no norte da América e, certo dia, por serem um povo andarilho, decidiram deixar Astlán, sua terra natal, e caminhar em direção ao sul. Depois de muito caminhar, avistaram uma águia empoleirada num cacto, que trazia uma cobra presa ao bico e a uma de suas patas. Os sacerdotes astecas consideraram aquela águia um sinal dado por seu deus, Uitzilopochtli, de que era ali que eles deviam se fixar e recomeçar a vida. E foi o que fizeram.
Tenochtitlán, a capital asteca 
          Em pouco tempo, Tenochtitlán cresceu e os astecas passaram a submeter outros povos da região e a incorporar elementos de suas ricas culturas.
       Grande parte dessa enorme riqueza de Tenochtitlán vinha dos pesados impostos cobrados aos povos vencidos. Cada uma das cidades dominadas pelos astecas era obrigada a pagar vários impostos, todos os anos.
        Assim nasceu o Império Asteca. Quando os espanhóis chegaram à América, Tenochtitlán era uma cidade com cerca de 200 mil habitantes, quatro vezes mais do que Londres, a maior capital europeia. Era cortada por dezenas de canais, por onde circulavam barcos carregados de mercadorias, e aquedutos, que traziam água doce das montanhas. A capital astecas possuía também templos, ruas retas e amplas e um mercado central rico e movimentado.
A sociedade asteca 

       No topo da pirâmide social estava o imperador, considerado um ser semidivino. Seu poder e sua responsabilidade eram grandes; em caso de seca prolongada, por exemplo, era ele que fornecia comida e roupa aos necessitados.
       Abaixo do imperador vinham os nobres, que atuavam como sacerdotes, altos funcionários públicos ou militares.
       Os militares tinham enorme prestígio na sociedade asteca; os mais valentes ingressavam nas importantes ordens militares, como a dos cavaleiros-águia.
       Já os agricultores e os soldados constituíam a maioria da população masculina asteca. Por fim, havia escravos, prisioneiros de guerra, condenados pela justiça ou indivíduos que, por causa de envolvimento com o jogo ou a bebida, haviam sido escravizados.
Esporte e saúde
       Os astecas tinham grandes paixão pelo esporte e praticavam uma série de jogos; um dos preferidos era o tlachtli.
        No tocante à saúde, os astecas desenvolveram tratamentos eficientes com base no grande conhecimento da flora e fauna locais. O médico do rei espanhol Filipe II registrou cerca de 1200 plantas usadas pelos astecas para fins medicinais. As doenças eram atribuídas à vontade dos deuses ou a feitiços. Os astecas usavam a adivinhação e a oração, mas, ao mesmo tempo, sabiam curar fraturas, feridas e fazer remédios à base de gordura animal e plantas medicinais, para os mais diversos fins.
Os maias
       Os maias viviam na Península de Yucatán, região que corresponde hoje a Guatemala, Honduras, Belize e ao sul do México.
       Copán é considerada a mais bela cidade maia. Por sua arquitetura e construções, foi chamada pelos historiadores de Alexandria do mundo maia. Os maias eram bons construtores e foram os inventores de um tipo de cimento eficiente, que permitia colar, umas às outras, as grossas pedras de seus edifícios e estradas.
Política, sociedade e economia
       Diferentemente dos astecas, os maias nunca formaram um grande Império, mas, como os astecas, construíram grandes cidades. As cidades maias, como Chichen-Itzá, Maiapán, Palenque e Tikal, eram pequenos Estados independentes, ou seja, tinham governos, leis e costumes próprios. Nelas, viam-se palácios, estradas com até dez metros de largura e templos na forma de pirâmide.
        Enquanto as pirâmides egípcias serviam de túmulos para os imperadores, as perâmides maias serviam de esteio para os templos religiosos, erguidos em seu topo. Os sacerdotes desses templos consideravam-se, assim, mais próximos dos deuses. Algumas pirâmides chegavam a ter setenta metros de altura.
Sociedade e economia
      A sociedade maia era hierarquizada: a elite era formada por nobres e sacerdotes; abaixos deles vinham os artesãos e os trabalhadores livres, agricultores em sua maioria. Os nobres e os sacerdotes ajudavam o governante máximo de cada cidade a dirigi-la. Ele era visto pelo povo como representante dos deuses. Os camponeses  acreditavam que, para conseguir boas colheitas, tinham de pagar impostos a esse governo "sagrado". Os impostos eram pagos com parte do que eles produziam e com trabalhos gratuitos para o governo (como reparo e construção de estradas).
Astronomia
      Os maias destacavam-se também no campo da astronomia. Os astrônomos maias conseguiam prever, com grande precisão, os eclipses do Sol, descrever as fases de Vênus e elaborar calendários que facilitavam seu dia a dia. Além disso, conseguiam calcular a duração do ano quase com a mesma precisão dos cientistas de hoje.
 Os incas
        Um mito inca diz que os incas tinham origem divina, por isso eram chamados de filhos do Sol. Diz também que o Império Inca foi fundado por dois personagens lendários, Manco Cápac e sua irmã e esposa, Mama Ocilla.
        Sabe-se hoje que, por volta do ano 1400, os incas viviam da agricultura e do pastoreio nas terras altas (temperadas e frias) da cidade peruana de Cuzco. Por volta de 1438, esse grupo de língua quíchua conquistou a cidade de Cuzco e, nas décadas seguintes, expandiu seus domínios tanto ao norte como ao sul, contruindo assim o maior Império indígena da América. O primeiro Sapa Inca (imperador) chamava-se Pachakuti.
       Entre as principais cidades do Império Inca, estavam Cuzco e Machu Picchu. A cidade de Cuzco, a capital, era famosa por suas construções planejadas, seus templos decorados e suas ruas movimentadas.
  Mapa do Império Inca
Sociedade e economia 

Agricultura em terraços em Pisaq
      Os incas tinham uma agricultura desenvolvidas; utilizavam um sistema de irrigação por canais e uma técnica agrícola que aproveitava terraços cavados nas encostas das montanhas (sistema de terraços). Os camponeses constituíam a maioria da população. Cada aldeia era formada por um conjunto de famílias camponesas unidas por laços de parentesco que recebia o nome de ayllu; o chefe do ayllu era o Kuraqa. Os habitantes do ayllu plantavam milho, feijão, batata e pasroteavam os lhamas e as alpacas (animais de carga semelhante ao lhama).
       As terras de cada ayllu eram divididas em três partes: uma para o imperador, uma para os deuses (isto é, para os sacerdotes) e outra para as famílias camponesas. Além de trabalhar todas as terras, os camponeses eram obrigados a prestar serviços gratuitos ao Estado, como reformar e construir estradas.
       Em que direção caminhariam os incas, os astecas e os maias caso os espanhóis não tivessem interrompido bruscamente sua trajetória? Isso nunca saberemos, mas de sua enorme capacidade de erguer cidades, viver e progredir num meio hostil ninguém pode duvidar.
Lhama

Livro, Filme, Site
  • CLARE, John D. Os astecas: vida cotidiana. São Paulo: Melhoramentos, 2002.
  • MACHADO, Ana Maria. Explorando a América Latina. São Paulo: Ática, 2000
  • Os maias - Discovery. Disponivel em: <www.discoverybrasil.com/guia_maia/index.sthml>

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